Debate sobre unidade: participantes dizem que não há respeito entre músicos

A segunda parte do debate sobre “A relação entre os músicos gospel. Há ou não união?”, promovido pelo programa Harpa da Rádio Escola, ficou marcada pelas presença do poeta Ancoje, evangelista Samuel Paulo e do jornalista Gil Lucamba, que ao fazer o balanço do primeiro debate – emitido no dia 03.03.2019 – destacou o facto do programa Harpa ter trago a discussão “um problema que estava guardado”.

Evangelista Samuel Paulo, Luís Capoco, Gil Lucamba e o poeta Ancoje.
Evangelista Samuel Paulo, Luís Capoco, Gil Lucamba e o poeta Ancoje.

Ao falar dos comentários que leu nas redes sociais, disse que encontrou valiosos contributos, mas também, identificou opiniões que pelo seu baixo nível, pouco ajudam a encontrar solução para o problema
O jornalista referiu que é necessário ter a coragem de tratar “as coisas como elas são” sem hipocrisia e deu o exemplo do médico que ao tratar de uma feridas purulenta, usa de certa violência para fazer limpeza e só depois coloca o medicamento.
Gil Lucamba disse ainda, que para haver unidade, é necessário que os músicos se respeitem. Apontou como negativo o facto de alguns músicos aceitarem convites dos seus colegas, não comparecerem nos eventos e não apresentarem nenhuma justificação.
Ao concluir, afirmou que não se deve confundir a unidade entre músicos, com a amizade eles. A ASSO-Música, segundo o profissional de comunicação, é uma plataforma onde os músicos podem conversar aspectos de interesse comum.
O poeta Aconje que marcou presença no debate pela primeira vez, foi categórico ao dizer que não existe união entre os músicos e referiu que uns não aceitam os outros. Citou com exemplo o caso do músico Bambila, que não aceita o músico Dodó Miranda como músico gospel. “Ele já assumiu publicamente”, disse.
O poeta da idade madura como também é tratado, considerou o músico Bambila como uma ovelha “enviada no meio de lobos”.
Tudo que é feito em prol do louvor deve ser feito em amor, concluiu.
Ao abordar o assunto, o músico Samuel Paulo disse que a união está de forma restrita e não é a que se esperava. Ilustrou com o caso de um músico que numa actividade queria impedir que tocasse a música do seu colega, porque “quando ele canta, arrasta a multidão”.
Para ele, alguns músicos “só cantam para aparecer”. O também evangelista, afirmou que outro ponto que impede a união da classe é o tribalismo.
Em Luanda, explicou, isso é visível. “Bakongo chama outro bakongo para participar na sua actividade e muitos, chegam em boicotar trabalho dos outros.” Samuel ainda acrescentou, que no meio gospel existe mais inveja do que unidade.
Como no primeiro debate moderado por Luís Capoco, os ouvinte participaram no programa. Elias dos Anjos afirmou que a música gospel está a perder o valor porque há músicos gospel que cantam em show de kuduristas e Pascoal Yala, que alinhou no discurso da falta de unidade, disse que só não há união, porque os músicos não sabem o que é louvor e nem sabem a quem é destinado o louvor.
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