Documento afirma que evangelização “ameaça a paz social”
Em um documento de 32 páginas distribuído à imprensa, a igreja nega que a passagem no Evangelho de Mateus conhecida como a Grande Comissão significa que os cristãos devem tentar converter os outros à sua fé. O material chama-se “Comunhão com os peregrinos” e pede apenas o diálogo.
“A missão que tenta reunir muçulmanos para convertê-los ameaça a paz social e contradiz o espírito e o mandamento de Jesus Cristo. Deve, portanto, ser firmemente rejeitada”, afirma.
Rapidamente, a Aliança Evangélica alemã, organização que reúne denominações não luteranas, se pronunciou. O secretário-geral Hartmut Steeb declarou em nota que “A tarefa missionária fundamental dos cristãos, de pregar o Evangelho de Jesus aos outros e convidá-los a segui-lo, não pode ser abandonada”.
Os luteranos são a maioria na Alemanha e conhecidos pela sua liberalidade teológica. Perto de completar meio milênio, os ideais lançados por Lutero mostram constantes sinais de enfraquecimento no solo onde nasceu.
Somente neste ano, a Alemanha espera receber cerca de 1 milhão de refugiados, quase na totalidade formado por muçulmanos vindos da Síria, Iraque e Afeganistão. O percentual de islâmicos no país deve ultrapassar em breve a França e se tornar o maior da Europa.
A postura de “calorosas boas-vindas” divulgada pela chanceler Angela Merkel a todos os refugiados tem gerado grandes controvérsias políticas no país e no exterior. Os grupos de direita que protestam contra a potencial “islamização” da sociedade alemã são constantemente acusados de xenofobia e criticados pela ditadura do “politicamente correto”.
A resposta de Merkel, que é filha de um pastor, foi surpreendente, dizendo que a melhor resposta é “a coragem de ser cristãos, de fomentar o diálogo (com os muçulmanos), de voltar à Igreja, de se aprofundar de novo na Bíblia”.
Recentemente, a igreja luterana pediu desculpas ao papa e católicos em geral pelos “atos da reforma”. O Papa Francisco, aceitou, lembrando que desde o início de seu pontificado, mostrou o desejo de ver uma maior unidade entre todos os cristãos. Ao mesmo tempo, Francisco vem afirmando ao mundo que cristãos e muçulmanos são irmãos, jogando por terra séculos de esforços missionários.
Fonte: GospelPrime