O gospel é a música do futuro e vai tomar conta da "mídia"

O músico gospel Dodó Miranda, acredita que a música gospel, que já foi considerada como música de óbitos, está “marcando e conquistando cada vez mais espaço”, mas adverte que precisa de mais divulgação e distribuição. 

Dodó Miranda, músico e produtor. (Foto VE)
Dodó Miranda, músico e produtor. (Foto VE)

“O gospel é a música do futuro, dias virão em que vai tomar conta dos média… América é um caso palpável, basta vermos Kirk Franklin, Cece Winams, Aretha Franklin, Mahalia Jackson, Fred Hammond, Elvis Presley, Golden Gate Quartet. Poderia ter páginas e páginas a citar nomes de músicos como Andrae Crouch, o movimento gospel no Congo, África do Sul….” Lembrou.
Em entrevista que concedeu recentemente ao jornal Valor Económico, o ex MB Genius, esclareceu que sempre optou pela música evangélica. Nos Mb Genius, disse, teve sempre a intenção de espalhar o evangelho, amor, paz e assuntos relacionados com o dia-a-dia.
“Sou profissional na música, o meu conceito e princípios são diferentes em relação ao que quase todo o mundo pensa. Sem desrespeito aos outros colegas, a minha visão é diferente no que toca à música secular e evangélica (vulgo gospel). Encontrei várias dificuldades, a aceitação, o desprezo dos amigos cristãos, pensando que estava a afastar-me da música evangélica. Por outro lado, foi muito benéfico, aprendi muito na igreja, na rua e na escola. Na altura, a música evangélica só se escutava na igreja e fora dela só se ouvia nos óbitos.”
Sobre a força do gospel hoje, o músico, explicou que a música gospel, ou evangélica, tem muita força pelo facto de se adaptar a todos estilos desde o blues, jazz, rock, semba, kizomba até dance (kuduro), podendo ainda ser de intervenção, litúrgica, congregacional, romântica e evangélica.
Dodó Miranda, na música há mais de 30 anos, afirmou ainda na entrevista, que não tem sido fácil, mas vive dela. “Sou autossustentável minimamente. Não tem sido fácil. Desde os tempos passados, sempre vivi a fazer música profissionalmente.”
Questionado sobre o que falta para que a música gospel atinja o patamar de outros estilos, respondeu que “estamos no bom caminho, já se toca minimamente, precisa-se de mais divulgação e promoção, sobretudo, e temos a maior dificuldade com a distribuição.”
Sobre se era necessário torná-la mais comercial, observou que, esta música pode e já é comercial por fazer parte da sociedade.
“O gospel tem vários ‘status’. O que temos ouvido já é para a sociedade. Na igreja, temos os cânticos litúrgicos e congregacionais. Temos a música do lugar santo, e a do pátio (templo e fora do templo). Mas tem muito impacto. É só vermos a dos EUA, Brasil, Congo e África do Sul para compreender o impacto.”
Quanto as suas expectativas para os próximos anos, respondeu que vai continuar a cantar, espalhar o amor de Deus aos homens, cantar a vida evangelizando sempre, falando do nosso dia-a-dia.
No fim da entrevista, o músico falou do álbum Conexão Gospel marca os seus 30 anos de carreira. Disse que, ‘Conexão Gospel’, é um álbum duplo em que separou a música litúrgica congregacional ou cânticos de vários hinários e da música gospel (uma música para fora da igreja) com teor evangélico, mas com preocupação social.

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