Danny Timane fundador da Focus Man Label

Danny Timane fundador da Focus Man Label (Foto: DR)

Reconhecimento público não sustenta empresa

A notícia não é agradável, mas nos chama, uma vez mais, para a reflexão de um tema que tem causado alergia a muitas pessoas do meio cristão: o mercado da música gospel.

Danny Timane fundador da Focus Man Label
Danny Timane fundador da Focus Man Label (Foto: DR)

A Focus Man Label, deixou de prestar apoio a cultura gospel, segundo comunicado publicado na sua página do Facebook.

A empresa encabeçada pelo rapper Danny Timane, iniciou sua actividades em 2013, “com a missão de enriquecer o mercado gospel moçambicano, com conteúdos diversificados”.

Porém, diz o comunicado, “estas actividades não têm merecido a devida atenção e compreensão”.

Conheci o Danny Timane em 2018, num evento promovido pela Gospel Life do empresário, Alcino Eduardo, em Luanda. Meses depois, em entrevista ao Arautos da Fé, ele falou deste projecto suportado com os seus recursos financeiros próprios e que envolvias vários artistas.

Sei da sua ligação com outros músicos angolanos, sobretudo rappers. Alias, pouco antes da pandemia da Covid-19 “paralisar” o mundo, estava em curso um projecto entre músicos angolanos e moçambicanos que tinha, creio, a testa o Danny Timane.

Como a Focus Man Label em Moçambique, Angola já viu nascer e morrer várias iniciativas voltadas a promoção da música gospel. Olhando para a realidade dos nossos dias, acredito que algumas que conseguiram resistir, desaparecerão em breve se não mudarem o paradigma da sua actuação.

O que mantém uma empresa por muito tempo, não é o reconhecimento do público ou dos artistas com quais trabalha. São os lucros.

Vejo muita gente a reclamar falta de reconhecimento de A ou de B. Para o público consumidor, pouco importa se o pastor de um artista reconhece o seu trabalho. Importa sim, que este ofereça um produto que satisfaça o seu desejo.

Para uma empresa, deve valer mais um artista que pontualmente honra seus compromissos profissionais, oferece um produto que satisfaz o consumidor e ajuda a encher os cofres.

Onde há kumbú, patrão e empregado podem conviver por muito tempo, apesar das suas opiniões divergentes. Reconhecimento é bom não paga contas do patrão, muito menos do empregado.

Não conheço os critérios de seleção, mas vejo em Angola muitas empresas a exibirem no seu cast, artistas que cantam bem, mas que não cantam o que “enlouquece” as multidões.

Não estou a dizer que estes não devem ser contratados. Não. Mas se uma empresa contrata quatro artistas por exemplo, melhor que três sejam das massas e façam um trabalho que seja apreciado no meio delas.

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