O debate em torno das autarquias está elitizado e polarizado no modelo a ser adoptado (geográfico ou gradual), lamentou na última sexta feira (13.09) o economista Josué Chilundulo.
Chilundulo que dissertou o tema “A autarquia e o poder local”, no 14º Encontro Nacional dos Serviços Sociais da IECA, afirmou que as populações não estão a ser envolvidas “de forma séria e objectiva” no debate o que poderá ter implicações negativas no futuro.
A Igreja, solicitou o profissional, deve usar a sua capacidade de influenciar para ajudar na educação dos cidadãos e fazê-los perceber que as autarquias não dizem respeito só aos partidos políticos.
Ainda durante a palestra, Josué Chilundulo, disse que os países mais avançados do mundo adoptaram modelos descentralizados de governação, por estes permitirem a eficiência económica, alargamento dos níveis de participação da sociedade e trazerem a satisfação das necessidades colectivas.
No modelo de governação actual de Angola, frisou, todas as políticas são definidas pelo poder central e são homogéneas, ainda que sejam para aplicação em realidades diferentes.
Descentralizar, sublinhou, vai aproximar as decisões políticas às realidades locais porque “o homem da localidade” conhece “melhor” as suas necessidades.
Outra componente que justifica a implementação das autarquias, disse, é a eficiência económica, que pressupõe alcançar maior benefício com menores recursos.
“Quando se tem estados centralizados, nós precisamos ter muitas pessoas para interagirem numa decisão”, o que implica “grandes perdas” financeiras e de tempo.
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