Música gospel tem sido escola para música secular

A afirmação é de Elizeu Major, Coordenador do Yangalala Gospel, anteriormente Gospel no Ar, feita durante uma entrevista que concedeu ao portal Arautos da Fé. Com 7ª edições decorridas em 2015 e 12 desde o seu inicio (Outubro de 2014), pelo Yangalala Gospel passaram mais de 40 grupos. Na última edição, 26 de Julho, animaram o espaço a dupla Cristiano e Viany, Dr. Lamá, Only By Grace, Jordânia Cunha, irmã Ruth e o grupo residente Goshen.
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Arautos da Fé: Que avaliação das 7 edições de 2015?
Elizeu Major: A avaliação que eu faço, enquanto membro da organização é positiva. Estamos a cumprir com os objectivos inicialmente preconizados que vai desde a evangelização por via da música e fazer com que surja no mercado um espaço para novos e antigos cantores que fazem a música gospel. E penso que está a correr bem, continuamos a assistir o surgimento de novos artistas e isso satisfaz-nos.
AF: Quanto aos músicos que por aqui passaram?
EM: Começamos a primeira edição com a presença do irmão Guy Destino. Quer dizer que na primeira edição, subimos demais a fasquia, mas continuamos a achar que aqui tem estado a passar bons artistas, bons executantes da música gospel e acreditamos que não podemos nos queixar e dai o facto de que já tivemos cantores e grupos que já passaram aqui duas vezes consecutivas, a exemplo do Dr. Lama, Only By Grace que estiveram cá na edição passada e voltaram a cá estar. Sentimos que estamos a cumprir com os nossos objectivos, é uma casa que vai ajudar a surgirem novos valores e também fazer com que Luanda conte com o espaço Gospel no Ar inicialmente, agora Yangalala Gospel, como um espaço de referência para a música gospel.
DSC_0813 copyAF: Aqui deveu-se essa mudança de nome?
EM: Essa mudança deveu-se fundamentalmente ao facto de que quando nós iniciamos, em Outubro de 2014 e inspirados num nome, entendemos escolher o Gospel no Ar. Mas, acontece que depois fomos alertados, primeiro porque há um programa na Rádio Luanda que tem mais de 10 anos, com o mesmo nome e apercebemo-nos também que ao nível do município do Cazenga, mas concretamente no distrito do Hojy Ya Henda, também há um festival com o mesmo nome e então nós decidimos alterar a denominação para Yangalala Gospel, que é um nome de origem kikongo e que soa muito bem.
AF: Qual é o significado de Yangalala?
EM: Eu sou kimbundu, mas os meus colegas dizem que é alegria, fundamentalmente. E como onde reina a Palavra de Deus, há fundamentalmente alegria, decidimos escolher este nome.
AF: Que avaliação faz da música gospel nesses últimos tempos?
EM: Honestamente falando, eu continuo a ficar surpreendido pelo nível e a qualidade dos nossos músicos gospel. Entendo que, se me permitir, deve servir de uma escola ou de uma referência para a música secular. Porque, sinto que existem bons instrumentistas principalmente na área do piano e do canto. Mas agora já começamos a ver bons baixistas e até bateristas, mas no essencial, sinto que a música gospel tem sido a escola para a música secular. É aqui onde normalmente saem os grandes fazedores da música que depois vão alimentar a música, aquilo que nós chamamos também música mundana. E então sinto que ela está no bom caminho, precisamos continuar a aprimorar mais e fazer esse intercâmbio que é importante ao nível de toda gente que tem estado a trabalhar em prol do movimento cultural gospel, mas respondendo a sua pergunta, a avaliação da música gospel nos dias de hoje é muito positiva.
AF: O que é que as pessoas podem esperar deste projecto “Yangalala Gospel” até o fim do ano?
EM: Até o final do ano, nós pensamos ainda nessas três edições que faltam, do mês de Agosto, Setembro e depois Outubro, convidar aquelas pessoas que mais e destacaram e os grupos, para fazermos uma actividade, embora aqui, mas mais representativa. E depois também, nós vamos e já há um contacto com as pessoas que aqui passaram e porque o nosso espaço é fundamentalmente um estúdio de gravação, vamos escolher as músicas que mais tocaram aqui, vamos trazer em forma de CD. A ideia é fundamentalmente esta. Sabemos que em doze edições terão passado por aqui mais de quarenta grupos, na razão de quatro ou cinco grupos por sessão, estamos a ver a possibilidade e isto é um dado adquirido, com o apoio do grupo Goshen e o estúdio Plenariun vamos fazer um CD que pensamos tornar público em 2016.
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