Pastor afirma que as igrejas tornaram-se um ramo de negócios muito lucrativo

O pastor Caio Fábio ficou conhecido por anos como uma das principais lideranças evangélicas do Brasil. Em 1998, sua vida pessoal e ministerial começou a passar por uma reviravolta. Além de se separar da esposa, quase foi preso por envolvimento com o PT na venda do falso “dossiê Cayman”, que implicava políticos do PSDB.caio-fabio-lagrimas
Rompido com sua denominação, desde então tornou-se um dos maiores críticos da igreja evangélica. Ele pastoreia a igreja Caminho da Graça e mantém um canal de TV pela internet. Quem o acompanha, sabe que ele constantemente ataca outros pastores e ministérios.
Em entrevista ao Pânico nesta quarta (11) na Rádio Jovem Pan, ele voltou a disparar contra os pastores em geral. Devido ao grande alcance do programa, Caio foi ouvido por milhões de pessoas que não pertencem a igrejas evangélicas. Quem ouviu o programa não teve a melhor das impressões sobre os crentes.
Em certo momento, questionado sobre a questão do dízimo tão enfatizado por algumas igrejas como condição para a benção de Deus, sua resposta foi incisiva: “Acho que tinha que botar a ‘Lavajato’ em cima desse pessoal todo, porque é mais do que absurdo, é patético, sobretudo porque isso é feito em nome de Deus, em nome de Jesus. Deus não está de olho no carro de ninguém, não precisa do dinheiro de ninguém. Deus vai bem, obrigado”.
Complementou dizendo: “Sou contra qualquer forma de participação não voluntária. Acho que tem que ser em espírito e vontade, para ter contato com Deus, você tem que chegar nu e não pode propor barganhas”.
Em contraste, fez elogios ao papa Francisco: “Ele é ótimo, um cara muito bom, um ser humano legal. Acho que a Igreja católica não precisa de ninguém que seja melhor, superior, a um ser humano. Que não é irreal, inviável, porque a maioria deles sempre foi de figuras de atitudes, no mínimo, não confiáveis, quando não eram perversos”.

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Caio Fábio diz que igreja no Brasil virou “comércio”

Explicou ainda seu desligamento da Associação Evangélica Brasileira (AEVB), que teve grande importância nos anos 1990, e dos quais foi um dos fundadores. “Cheguei à conclusão de que aquilo era irreversível, porque vi que aquilo tinha se tornado de uma natureza absurda. E nenhum deles me enfrenta por quê? Porque não aguentam me olhar no olho, porque temem o atropelo da verdade”.
Segundo ele, foi nos anos 1990, que as igrejas evangélicas mudaram o foco. Falando sobre a ‘explosão’ do neopentecostalismo, atacou: “[as igrejas] tornaram-se um ramo de negócios muito lucrativo”. Disse ainda que ela teve sua “natureza pervertida e criminosa”. Aproveitou para criticar Edir Macedo e Silas Malafaia, que segundo Caio Fábio, só não o processam porque ele “sabe de muita coisa”.
Além de teólogo, Caio é psicanalista e faz uma leitura crítica do que vê nos programas de TV de algumas igrejas: “99% desses ‘endemoniados’ que vocês veem na TV são só os condicionados e tem uma quantidade de contratos, porque eu já vi. Não tem nada a ver com diabo ou coisa alguma, tem a ver com a cultura afro de incorporação que o Macedo explorou e usa como catarse, de exorcismo. Quanto menos as pessoas são tratadas, mais público eles têm, ao invés de tratar o problema psicológico, isso é apelidado de demônio”.
Fonte: GospePrime

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