O Cine Atlântico vai acolher no dia 11 de Novembro do ano em curso, a partir das 16 horas, o concerto de celebração dos 31 anos de carreira, do músico evangélico Dodó Miranda.
Primeiro da carreira desta referência da música angolana, o concerto denominado “Trajectória”, terá cerca de duas horas de duração e contará com a participação de grupos que marcam a vida do artista.
Em entrevista recente ao jornal Opaís, Dodó Miranda, revelou que todos os convidados vão actuar com ele no palco para relembrar várias etapas da sua trajectória. “Terá um coro sénior que vai representar os Embaixadores de Cristo, que é o coro que me viu nascer e a crescer. Teremos o Trio Lude, os MB Genius, e a banda que me acompanha.”
Alvo de várias críticas por cantar música gospel e secular, contou na referida entrevista, que sofreu muito, “entretanto” foi orientado por amigos, colegas e a pela família. “Também descobri que o maior problema é a formatação que temos. A bíblia diz que a palavra de Deus transforma, renova e melhora o nosso entendimento.”
Referiu ainda, que é a música que lhe “sustenta” e também faz dele “um levita na igreja”.
“Este tipo de atitude permitiu que fosse buscar conhecimento e percebi que os problemas não estavam com as pessoas, mas na minha consciência. Existe a música Secular (mensagens positivas ou negativas), a música profana (mensagens que distorcem os nossos princípios), e evangélica (mensagens religiosas). Por isso, posso produzir todo o tipo de música, excepto a profana.”
Sobre a participação de músicos “rotulados” gospel, em shows de música secular, respondeu que “não acha mal nenhum”, porque a música gospel tornou-se num produto, que carece de ser exposto.” Observou, “que há muito que se diga no seio evangélico, que é normal, depende do conceito e a forma como as pessoas vêem Deus, porque esquecem que são seres humanos e não espaciais ou espirituais.
Dodó, que é produtor e compositor, falou também que há “escassez” de produtores de música Gospel no país.
Perfil
Adão João Gomes de Miranda é casado e pai de cinco filhos. Dodó é o nome que lhe chamavam em casa, é um diminutivo de Adão, pelo facto de ser irmão cassule.
Nasceu na hoje, RDC, no seio de uma família evangélica. A sua mãe pertencia a um coral, de que mais tarde ele chegou a ser dirigente. Nos anos 80 lembra, havia uma grande revolução na forma musical artística. No Congo, na altura, o presidente era o Mobuto Sese Seko e tinha imposto uma lei “retorno às origens”, ou seja qualquer músico que cantasse música estrangeira seria preso e todos eram obrigados a cantar em línguas nacionais.
Na música, sofreu influências de artistas de renome mundial, entre os quais Marvin Gay, Aretha Franklin.
Cantor a cerca de 31 anos, tem uma carreira com muitos pontos altos, prova é feedback que tem recebido do público, “sobretudo” evangélico.
Com 15 discos no mercado, entre Max single e singles, tem preferência por jazz, balada e música suave.
Fala fluentemente lingala, francês, português e tem noções básicas de Inglês. Além destas línguas, canta em Kikongo e Kimbundo.
Foi vencedor da primeira edição do Festival da Canção da Rádio Nacional de Angola (RNA),em 1997, interpretando a música em Kikongo “Tunsanisa”.
Em 2006 venceu o Festival da Canção organizado pela LAC (Luanda Antena Comercial), interpretando o tema “Vento”, de Jomo Fortunato.
Sonha poder vir a fazer um dueto com o músico norte americano Stevie Wonder.
Trabalhou recentemente com o Ministério da Educação num disco que irá trazer canções educativas, de incentivos para estudantes e compilou outras músicas que hão-de fazer parte do mesmo trabalho, que estará disponível para todos os estudantes.
A juventude que pretende abraçar a carreira musical aconselha: “é preciso mais bagagem e seria bom ter uma formação, ser um pequeno gestor, de modo a serem independentes para poderem gerir a carreira.”