Ateu ganha US$ 100 mil por ano vendendo app da Bíblia

Ateu ganha US$ 100 mil por ano vendendo app da Bíblia
Projeto idealizado apenas para pagar aluguel virou renda principal

Após ser despedido do trabalho em uma firma de auditoria, o contador Trevor McKendrick se viu sem dinheiro para pagar o aluguel. Em um jantar de família, ele enxergou uma solução para seu problema. Ao descobrir que um parente estava ganhando de US$ 8 mil a US$ 10 mil por mês com a loja online de aplicativos da Apple, a App Store, McKendrick resolveu tentar o mesmo caminho. Seu parente não era programador nem designer, apenas um “homem de negócios”. “Se ele pode fazer isso, eu também posso”, pensou o contador.
McKendrick conta em seu blog que pensou sobre o que iria fazer por semanas. O processo para a escolha de um produto envolveu muita análise na App Store: ele pesquisou por aplicativos que eram populares e fáceis de achar com apenas uma palavra chave, que tinham pouca concorrência e apresentassem baixa qualidade. O contador acabou decidindo criar um aplicativo da Bíblia em espanhol.
“A maioria dos aplicativos da Bíblia em espanhol eram realmente ruins”, afirma McKendrick. A escolha de aplicativo foi baseada apenas na demanda vislumbrada – McKendrick é ateu. O gasto para criar a primeira versão do aplicativo foi de US$ 500. Nos primeiros 30 dias de venda do app, o faturamento foi de US$ 1.475,99. “A Bíblia em espanhol demandou zero marketing, zero de validação do consumidor e zero chamadas de vendas. E em dois meses eu estava faturando US$ 6 mil por mês com quase nenhuma despesa”, conta.
Com o tempo, os lucros cresceram. McKendrick investiu em outros produtos, como um audiobook da Bíblia e materiais complementares. Em seu segundo ano na App Store, lucrou mais de US$ 100 mil; nos últimos seis meses estava “procurando coisas para fazer”. O que era para ser apenas um complemento que pagaria o aluguel de US$ 600 virou sua renda principal.
Se isso pesa na consciência? McKendrick garante que sim, afinal vende um produto no qual não acredita. Em entrevista ao podcast GimletMedia, Trevor diz se sentir culpado, embora acredite estar vendendo uma “obra de ficção”. “Como seria se você vendesse livros do Harry Potter ou do Senhor dos Anéis, mas dissesse às pessoas que eles são reais? E se você dissesse para as pessoas que elas poderiam aprender a escrever encantamentos para curar os filhos? E se você vendesse isso como uma coisa real? Eu me sentiria horrível sobre isso, mas é a minha situação vendendo a Bíblia”, enfatizou.
Como o seu e-mail de contato é público na App Store, ele recebe várias mensagens de pessoas que pedem orações ou interpretações sobre passagens específicas. “Trocar isso por lucro me pesa um pouco”, lamenta.
Fonte: Revista Administradores

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