Mais de 365 dias passaram desde que foi eleito o músico Guy Destino para liderar a Associação dos Músicos Cristãos de Angola.
Dos primeiros meses da sua gestão, destaque é dado aos encontros que teve com várias entidades religiosas e governamentais, e as promessas que fez à classe.
Mas o que de facto mudou na Aso-Música com a chegada do maestro?
Aos olhos dos artistas, quase nada.
Velhos problemas continuam sem solução e os artistas, até os que votaram na chapa vencedora, estão distanciados da associação. Alguns músicos, têm a percepção de que a Asso-Música continua a ser um negócio de um grupo restrito e como no passado, a liderança pouco faz para mostrar o contrário. Para outros, o problema está nos liderados que não perceberam ainda o papel da associação.
Como no passado, as soluções dos problemas da classe artística gospel continuam a vir da liderança, quando deviam ser encontradas na base por via de auscultação periódica.
No capítulo da comunicação, há quase unanimidade entre os artistas de que nos últimos tempos reduziu o nível de agressividade, mas continua reactiva.
A liderança é alérgica a crítica e normalmente isola os críticos, entendem uns.
A entrada de empresas seculares no mercado gospel, é para alguns músicos consequência da inacção da associação que não conseguiu tomar a dianteira do processo de organização do mercado gospel.
Desafectos entre as principais personalidades da música gospel são em parte responsáveis do estado em que se encontra o gospel, pois que potenciam grupos específicos, ignorando um esforço que deve ser feito por todos e para todos, visando o bem comum.
Para o grosso dos artistas, é pouco provável o envolvimento da Asso-Música em jogadas políticas durante as eleições, embora reconheçam a tendência de músicos que de forma particular e em busca de benefícios próprios, estejam já alinhados a campanha de um partido político.
NOTAS DO EDITOR
Este é o primeiro de vários artigos, que visam analisar o primeiro aniversário da direcção encabeçada pelo maestro Guy Destino, eleito no dia 3 de abril de 2021 e empossado no dia 17 deste mesmo mês para um mandato de 5 anos.
Este artigo é fruto de conversas do articulista com vários músicos gospel.
Estão convidadas a escrever suas opiniões, concordantes ou discordantes, todas as pessoas interessadas que de alguma forma acompanham a vida da Asso-Música e a dinâmica do mercado gospel.
A participação pode ser feita comentado nesta publicação ou enviando um artigo analítico para o email geral@arautosdafe.com que será publicado no site arautosdafe.com e nas redes sociais.