Não sejamos ingénuos! Querem nos calar

Frequentemente, oiço, até de pessoas que raramente lêem a Bíblia, a expressão “não julgueis para que não sejais julgados”, em sua defesa, ou na de pessoas por quem nutrem simpatia e que por qualquer eventualidade não conseguiram evitar a exposição pública dos seus erros.  
A frase bíblica, está no Evangelho de Mateus, capítulo 7 e tem sido descontextualizada, talvez intencionalmente, por aqueles que não só não aceitam a crítica, bem como desejam criar um mundo onde cada um faz o que bem lhe apetece, sem o mínimo de oposição. Arautos da Fé
Na Igreja e até mesmo nas instituições seculares, dos líderes, figuras públicas, formadores de opinião e não só, mas principalmente destes, se esperam ações que influenciem positivamente os liderados e os ajudem a caminhar de acordo com as normas estabelecidas. 
Todas as pessoas que ascendem a posições de destaque tanto na Igreja como fora, conhecem de antemão, os princípios e valores a que estão obrigados e devem se precaver para não caírem em erros que eles mesmos ensinaram/ensinam aos outros a não cometerem e sancionam-nos quando os cometem. 
A carne é fraca, o diabo tem força…, quem nunca ouviu isso? Quem se aproxima da carne, está consciente do risco, ou o faz propositadamente. Quem bota mão no que é alheio, não pode culpabilizar o diabo.
O silêncio da Igreja e da sociedade tem custado muito. Vêem como a imoralidade ganhou terreno e há pessoas querendo fazer dela a regra de vida? 
Não sejamos ingénuos. Querem calar-nos e impedir-nos de chamar o erro pelo seu próprio nome. Seremos responsabilizados, se conhecendo a verdade, não a anunciamos como deve ser. 
Jesus fez esta exortação no sermão do Monte, especialmente dirigida aos seus discípulos, com orientações de como deveriam viver a vida do Reino de Deus. No capítulo acima referido, Jesus começa dizendo: “Não julgueis, para que não sejais julgados; pois com o critério com que julgares, serás julgado; com a medida com que tiveres medido, vos medirão também” e continua, “porque vês tu o argueiro que está no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás irmão deixa tirar o argueiro no teu olho quando tens a trave no teu?”
Hipócritas, sentencia o Mestre no versículos 5, e continua dizendo: “tira primeiro a trave no teu olho e verás claramente para tirar o argueiro no olho do teu irmão”. Compreende-se facilmente, que Jesus está proibindo o julgamento hipócrita, aquele que é praticado por pessoas que adoptam critérios de julgamento para problemas dos outros, diferentes dos critérios que adoptam para os seus problemas. Dito de outro modo, têm sempre uma “santa” justificação para os seus erros, só os erros dos outros é que não são justificáveis. 
Da Bíblia, podemos tirar o exemplo do servo incompassivo, descrito no Evangelho de Mateus 18, que não tendo com que pagar os dez mil talentos que devia ao seu patrão, implorou pelo perdão e o patrão compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. “Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários. Agarrando-o, começou a sufoca-lo, dizendo: <pague-me o que você me deve>. Então o seu conservo, caindo aos pés dele, pedia: <tenha paciência comigo, e pagarei tudo a você>. Ele porem, não quis. Pelo contrário, lançou-o na prisão…”
“Vendo os seus companheiros o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram relatar ao seu patrão tudo que havia acontecido. Então, o patrão, chamando aquele servo, lhe disse: “servo malvado, eu lhe perdoei aquela dívida toda porque você me implorou. Será que você não devia ter compaixão do seu conservo, assim como eu tive compaixão de você? E, Indignado-se, o patrão entregou aquele servo aos carrascos, até que lhe pagasse toda a dívida.” 
Como não julgar os moralistas sem moral? Como se calar diante de quem rouba, viola, corrompe, infringe a lei, mas prega a Palavra?
Devemos nos esforçar para sermos bons cidadãos da pátria celestial, mas também desta pátria terrena, onde temos a responsabilidade de testemunhar Cristo por palavras e obras.

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